domingo, 7 de setembro de 2014

A independência do Brasil





Embora muitos livros didáticos usem este quadro de Pedro Américo (1888) para ilustrar a independência do Brasil, nossa emancipação não aconteceu da forma demonstrada no quadro. Quando ocorreu a nossa libertação de Portugal, em 1822, Pedro Américo nem havia nascido. Assim, ele não presenciou esse episódio. 
É importante lembrar que a independência do Brasil não trouxe muitas mudanças para a população. Prova disso, é que, nove anos após nossa emancipação, algumas pessoas ainda não sabiam que esse evento tinha acontecido. Além disso, depois da nossa libertação de Portugal, continuou existindo a escravidão.

A vinda da família real para o Brasil

O Bloqueio Continental
Como vimos, a Inglaterra foi o primeiro país no mundo a se industrializar. Depois de um tempo, a França também realizou a sua Revolução Industrial. Porém, os produtos fabricados nesta eram muito diferentes daqueles feitos por aquela. Enquanto a Inglaterra especializou-se em produtos básicos como calças, blusas e sapatos, a França produzia artigos supérfluos como perfumes, sedas e porcelanas. Em virtude das pessoas necessitarem mais das mercadorias que eram feitas pelos ingleses, o que estes fabricavam tinham maior vendagem do que aquilo que era feito pelos franceses. Desse modo, a Inglaterra lucrava muito mais do que a França. Com inveja os britânicos, o rei da França, Napoleão Bonaparte, tramou um plano com o objetivo que “quebrar” a Grã-Bretanha. Esse plano foi chamado de Bloqueio Continental. De acordo com ele, todos os países do continente europeu ficariam proibidos de comprarem os produtos que os ingleses fabricavam e vendiam. Porém, dois países da Europa (Portugal e Espanha) desrespeitaram essa ordem dada por Napoleão. Por isso, o rei francês, furioso, mandou que essas nações fossem invadidas. Com medo das tropas da França, a família do rei português e seus auxiliares – mais ou menos quinze mil pessoas – vieram para o Brasil.

Modificações ocorridas por causa da vinda da família real
Nessa época vigorava no Brasil o Pacto Colonial. Apesar de ser chamado de pacto, este acordo beneficiava somente a metrópole. Segundo esse pacto, a colônia só poderia vender seus baratos produtos agrícolas para metrópole, ao mesmo tempo em que era obrigada a comprar desta última aquilo que ela vendia, mesmo que tivesse um preço alto.  Assim, o Pacto Colonial era uma forma que as metrópoles tinham de ganhar dinheiro por meio de suas colônias.
É preciso destacar a Inglaterra tinha a melhor frota mercante do mundo, se ofereceu para trazer os portugueses para o Brasil. Como forma de agradecer aos ingleses pelo “favor” que estes tinham lhe prestado, Portugal permitiu que a Inglaterra vendesse seus produtos no Brasil. Devemos nos lembrar que após a Revolução Industrial, a Inglaterra estava fazendo tantos produtos, que as pessoas que moravam nesse país não estavam conseguindo comprar tudo que era fabricado. Por esse motivo, era preciso arranjar compradores em outras partes do mundo. Portanto, quando os portugueses deixaram que essa nação vendesse suas mercadorias no Brasil, os britânicos ficaram muito felizes. Esse episódio ficou conhecido como abertura dos portos às “nações amigas”. Essa atitude acabou com o Pacto Colonial. Muitos autores consideram que esse foi o início da independência do Brasil.
Além disso, sabemos que hoje nos portos e aeroportos de nosso país existem as alfândegas que são locais de fiscalização que verificam se os produtos que as pessoas estão trazendo para o Brasil estão obedecendo à quantidade permitida (quota). Existem também as tarifas alfandegárias, que são impostos sobre os artigos estrangeiros. O objetivo dessas ações é fazer com que as pessoas comprem mercadorias brasileiras. Isto porque ao comprarmos um perfume importado, por exemplo, estamos gerando empregos e rendendo muito mais dinheiro para o país de onde importamos o artigo do que para o Brasil. As tarifas alfandegárias fazem com que os produtos vindos de outros países fiquem mais caros do que os do nosso, forçando, assim, o comprador a dar preferência aos brasileiros. No período em que estamos estudando já havia as tarifas alfandegárias. Em 1810, novamente, como forma de agradecimento à Grã-Bretanha, Portugal tomou outra medida que favorecia aquele país. Enquanto os produtos de outras nações que eram vendidos aqui pagavam 24% de tarifa alfandegária, os portugueses pagavam 16% e os ingleses 15%. O estabelecimento desses valores aconteceu durante o Tratado de 1810. Veja só! Com isso, as mercadorias inglesas tornavam-se mais barato do que as portuguesas.
Outras mudanças provocadas pela vinda do rei para o Brasil foram a ausência de moradia e o aumento dos preços dos alimentos. Imagine só quinze mil pessoas chegando de uma vez em uma única cidade como aconteceu no Rio de Janeiro. Nessa época, não havia moradias suficientes para abrigar todos os imigrantes. A solução encontrada foi escolher algumas casas para que o rei e seus amigos pudessem morar. Na porta dessas casas ficava uma placa com as letras PR, que significavam príncipe regente. Deve-se destacar que os moradores de nosso país não se sentiam ofendidos quando saíam de sua casa e deixavam que o rei morasse nela. Ao contrário, consideravam que fazer um favor ao rei era um privilégio. Quanto à falta de alimentos, sabemos que aqui não havia quantidade para alimentar todos os novos moradores e, quando a procura aumenta, eleva-se também o seu preço. Algumas pessoas, então, chegaram até a passar fome.

A Revolução Pernambucana de 1817
            É preciso lembrar que as províncias (estados) beneficiadas com a vinda da família real para o Brasil foram aquelas que se localizavam na região sudeste. Devido ao fato de que o rei morava no Rio de Janeiro, muitas medidas por ele adotadas favoreciam não só esta cidade, mas a região sudeste como um todo. Foram criados, por exemplo, o Jardim Botânico e o Banco do Brasil.
            Porém, no Nordeste o mesmo não aconteceu. O fato do rei ter vindo morar no Brasil, não alterou em nada a vida das pessoas dessa região. Continuavam pagando impostos muito caros. Além disso, nesse lugar, a maioria dos comerciantes era portuguesa. Insatisfeitos com essa situação e inspirados nas idéias iluministas estourou uma revolta em Recife. Os manifestantes desejavam que Pernambuco e outras províncias se tornassem independentes do Brasil.
            O odiado governador tinha ordenado algumas prisões. Mas um capitão não as cumpriu e enfiou uma espada no seu comandante. O coronel enviado para castigar esse capitão por tal ato, foi executado pelos soldados. Dessa forma, durante dez semanas Pernambuco foi um país independente.
O novo governo era formado por fazendeiros, comerciantes, padres, militares e juízes. Mas, os revolucionários logo se desentenderam. Alguns queriam abolir a escravidão. Os fazendeiros, entretanto, não concordavam com esse pensamento. Outro motivo de discordância era a permissão de que os mais pobres pudessem votar.
O governo aproveitando-se dessa briga entre os manifestantes entendeu que esse era o melhor momento para derrotar o movimento. Milhares de soldados desembarcaram em Recife e derrotaram os rebeldes.

A Revolução do Porto
            Já estudamos que quando D. João VI veio para o Brasil, ele deixou o povo português em grandes apuros, pois Portugal estava sendo invadido pelos franceses. Assim, o rei abandonou seus súditos no momento em que eles mais precisavam de sua ajuda. Depois de muitas batalhas, os portugueses conseguiram expulsar os invasores franceses de Portugal.
            Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto neste último país. Os portugueses exigiam o retorno de D. João VI. Esse ficou protelando sua volta durante uns oito meses. Quando lá chegou, os lusitanos lhe disseram: “Queremos que você seja o nosso rei novamente.” Porém, nessa revolução, o Parlamento de Portugal havia elaborado uma Constituição para esse país. De acordo com essa lei, o poder do rei seria limitado e não mais absoluto como era antes. Essa foi a vingança do povo ao rei que o abandonou em seus momentos mais difíceis.

A independência do Brasil
            Deve-se ressaltar que antes de D. João partir disse ao seu filho D. Pedro I: “Prefiro que você comande o Brasil, antes que um aventureiro o faça!”. Desse modo, aconteceu a independência do Brasil. Vale notar que nesse movimento não houve a participação popular. Além disso, nove anos após a independência, muitas pessoas não sabiam que ela tinha ocorrido. Esse fato nos mostra que esse episódio não melhorou a vida da população brasileira, pois se isso tivesse se realizado as pessoas não esqueceriam. 

Agora, responda às perguntas abaixo:
1) A família real portuguesa veio para o Brasil por causa do Bloqueio Continental. Explique o que foi esse bloqueio.
2) Cite os nomes dos países que desrespeitaram o Bloqueio Continental.
3) Qual foi o país que ajudou a família real e seus ajudantes a virem para o Brasil?
4) Em 1808, quando os portugueses aqui chegaram abriram os portos “às nações amigas”. Dessa forma, eles acabaram com o Pacto Colonial. Explique o que era o Pacto Colonial e como a abertura dos portos acabou com o mesmo.
5) Em 1810, foi decretado o Tratado de Comércio e Navegação. Segundo esse acordo, os portugueses pagariam 16% das tarifas alfandegárias, os ingleses 15% e os outros países 24%. Diga como esse tratado beneficiou os ingleses.
6) Quais foram as mudanças ocorridas em nosso país após a vinda da família real?
7) Por que a Inglaterra, depois de realizar a Revolução Industrial, precisava de novos mercados?
8) Explique qual era o objetivo da Revolução de 1817?
9) O que foi a Revolução do Porto?
10) Comente a seguinte afirmação: “A independência do Brasil modificou profundamente a vida da população brasileira”.


As condições de trabalho na época da Revolução Industrial

O texto a seguir é o depoimento feito ao administrador de uma fábrica. Leia-o e depois responda a pergunta.

P – A que horas da manhã, com tempo bom essas moças chegam à fábrica?
R – Com tempo bom, durante cerca de seis semanas, chegam às três da manhã e saem às dez ou dez e meia da noite.
P – Que intervalos existem entre essas dezenove horas de trabalho para alimentação e descanso?
R – Quinze minutos respectivamente para almoço, lanche e jantar.
P – Alguns desses intervalos é usado para a limpeza das máquinas?
R – Quase sempre, as moças são obrigadas a fazer o que chamam de “pausa seca”; às vezes, a limpeza toma todo o intervalo do almoço ou do lanche.
P – Não há dificuldades para acordar essas jovens depois de um trabalho exaustivo como esse?
R – Há sim; de madrugada é preciso sacudi-las para que acordem.
P – Tem havido acidentes com elas em conseqüência desse trabalho?
R – Sim, minha filha mais velha esmagou o dedo na engrenagem.
P – Perdeu o dedo?
R – Teve de ser cortado na segunda falange.
P – Ela recebeu pagamento durante o acidente?
R – No dia em que aconteceu o acidente, o pagamento foi suspenso.

De acordo com a entrevista, como eram as condições de trabalho na época da Revolução Industrial?
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domingo, 13 de julho de 2014

A Revolução Industrial

            Revolução Industrial foi o nome dado ao período em que as máquinas a vapor foram inventadas. Essas máquinas eram utilizadas para fazer tecidos de lã e algodão.
            Após a criação desses equipamentos, a vida dos homens mudou bastante. Antes, as pessoas faziam roupas de algodão ou de lã à mão. Depois da Revolução Industrial, elas passaram a usar a máquina para confeccioná-las. Como a máquina diminuiu o tempo do trabalho humano, ela causou o desemprego.

De onde vinha a mão-de-obra usada nas indústrias?
            Muitos artesãos, após a invenção das máquinas, não conseguiam vender sua produção. Como esses equipamentos produziam uma grande quantidade, as mercadorias custavam bem mais barato do que aquelas feitas de modo artesanal. Por esse motivo, muitos artesãos foram trabalhar nas indústrias.
            Além disso, para aumentar seus lucros, alguns fazendeiros ocuparam as terras comunais utilizadas pelas famílias camponesas. Esses agricultores ficaram com pedaços de terra tão pequenos que eram insuficientes para a sobrevivência. Assim, não podiam mais trabalhar por conta própria. A saída para esses camponeses foi buscar trabalho nas cidades.
            Essa expulsão dos agricultores do campo para as cidades foi chamada de cercamento dos campos, uma vez que as terras comunais foram fechadas por cercas.

O pioneirismo inglês
            Por que a Revolução Industrial começou na Inglaterra? Durante vários séculos esse país se enriqueceu bastante (acumulação primitiva de capital)  financiando ataques de piratas, vendendo escravos, emprestando dinheiro a juros, vencendo guerras, impondo tratados a outros países. Outra forma dos ingleses conseguirem dinheiro foi pelo Tratado de Methuen, que já estudamos.

A decisão de se industrializar
            O comércio era uma atividade muito importante para os ingleses. Quanto mais comércio havia, maior era a concorrência. Cada comerciante da Inglaterra queria vencer os concorrentes. Para isto, era necessário oferecer produtos mais baratos. Como baixar o preço das mercadorias? Com o uso das máquinas.

De onde vinha a matéria-prima?
            A Inglaterra possuía grandes rebanhos de ovelhas, cuja lã era utilizada para fazer tecidos. Porém, o clima da Grã-Bretanha não permitia o plantio de algodão. Para solucionar esse problema, eles compravam o algodão dos Estados Unidos e da Índia (que eram colônias dos ingleses) e do Brasil (que era colônia de Portugal).

Exercícios:
1) O que foi a Revolução Industrial?
2) Explique quais as mudanças ocorridas após o uso da máquina na produção de tecidos.
3) Copie do dicionário o significado da palavra expropriar.
4) Por que os camponeses foram expropriados de suas terras?
5) Quem eram as pessoas que trabalhavam nas fábricas?
6) Copie do dicionário o significado da palavra pioneiro.
7) O que foi o Tratado de Methuen?
8) Como o Tratado de Methuen favoreceu a industrialização inglesa?
9) Explique por que a Inglaterra foi pioneira na Revolução Industrial.
10) Por que a Inglaterra decidiu se industrializar?
11) Onde os britânicos buscavam a matéria-prima usada nas indústrias?


quinta-feira, 24 de abril de 2014

O Iluminismo

O Iluminismo

            Entre os anos de 1300 e 1750 (antes do Iluminismo), as pessoas achavam que os reis não erravam, pois acreditavam que eles eram os representantes de Deus na Terra. Como Deus não erra, os reis também eram vistos dessa forma. Portanto, o poder dos governantes era absoluto, ou seja, tudo que ele fizessem estava correto.
            Com o passar do tempo, os homens foram percebendo que o imperador errava. Por esse motivo, passaram a usar a razão para criticar, refletir, e mais importante, impedir que o governante tomasse decisões equivocadas (erradas).
Assim, os homens tiveram a ideia de diminuir o poder real dividindo-o em três partes:
Poder Legislativo – faz as leis. No município, as leis são feitas pelos vereadores; no estado, pelos deputados estaduais e no país pelos deputados federais e senadores.
Poder Executivo – cumpre a lei que o Legislativo fez. Os prefeitos executam as leis que os vereadores elaboraram; os governadores aplicam as leis que os deputados estaduais formularam e o presidente coloca em prática as normas criadas pelos deputados federais e senadores.
Poder Judiciário – atua no caso de brigas entre o Legislativo e o Executivo ou brigas entre os cidadãos.
            Essa ideia de dividir o poder real em três partes foi defendida por Montesquieu.
      Rousseau, outro iluminista, dizia que o governo não era vontade divina e sim dos cidadãos. Portanto, quando a população estivesse insatisfeita com os governantes, poderia retirá-los do poder.
           Dessa forma, podemos concluir que o Iluminismo foi um conjunto de idéias propagadas por filósofos e economistas que, ao usarem a razão, pretendiam mudar a realidade. Afirmavam que muitas pessoas não conseguiam enxergar direito a realidade porque não usavam a razão para criticá-la. Desse modo, os “filósofos das luzes” tinham o objetivo de esclarecer os indivíduos. Para eles, essa era a função da educação. Rousseau falava que ninguém nasce egoísta, mentiroso, covarde. “Os homens são produtos da educação que tiveram e da sociedade em que viveram”.
            Outro iluminista foi Locke que defendia o liberalismo econômico. Para ele, o governo não deveria se intrometer (interferir) nos assuntos econômicos. Assim, o estado não deveria ter empresas. Estas deveriam ser de particulares (privadas).
            Adam Smith tinha ideias muito semelhantes as de Locke. O primeiro dizia que na economia existem leis como a da oferta e da procura (quando há muitas mercadorias para vender o preço baixa, e quando há poucas, aumenta). Portanto, Smith criticava a intervenção do estado na economia e defendia a livre concorrência, a liberdade econômica.
            Para a Ilustração, um governo só seria justo quando garantisse a liberdade e a igualdade de todos perante a lei. Por esse motivo, a “Filosofia das Luzes” odiava a Inquisição (que punia os inimigos da Igreja). Os iluministas diziam que qualquer indivíduo tinha direito de escolher a sua religião. Poderiam também ter suas próprias opiniões políticas. Por isso, Voltaire gostava de dizer: “Não concordo com uma só palavra que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de falar livremente.”

Exercícios:
1) Como era o poder do rei antes do Iluminismo?
2) O que Montesquieu sugeriu para diminuir o poder do rei?
3) Explique o que fazem os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
4) Quem é o representante do poder Legislativo no Estado?
5) Quem é o representante do poder Executivo no país?
6) Explique as duas ideias defendidas por Rousseau.
7) Cite a ideia de Voltaire.
8) Explique a Lei da Oferta e da Procura.
9) Diga por que, segundo Locke, o Estado não deveria se intrometer na economia.

terça-feira, 18 de março de 2014

Música


No Youtube há um vídeo muito interessante apresentando a paródia cantada pelo professor Dodô sobre a Inconfidência Mineira. Vale a pena assistir! 



Paródia sobre a Inconfidência Mineira
Ritmo: Música Whisky a Go Go (Roupa Nova)

Aconteceu na região das Minas
A descoberta de ouro no Brasil
Prá lá se foram milhares de escravos
Pro coração da terra que se abriu

Nesse cenário surge Tiradentes
E tantos outros: os Inconfidentes
O Iluminismo é forte na Europa
Agora quer libertar o Brasil

Mas, veio a Derrama
Pra roubar nossa nação
Não era fantasia
É a hora da revolução!

A liberdade embora que tardia
Revolução no coração ardia
De Portugal, se separar não faz mal.

Com pensamentos bem republicanos
Do mesmo jeito que se deu na França
Os brasileiros sonham libertassem
Mas os seus planos não concretizaram

Foi Joaquim Silvério dos Reis
Que denuncia a tal Revolução
Então, levaram nosso Tiradentes
Para uma forca, ordem de D. João

Mas, a tal liberdade
Não morreu na forca, não!
Não era fantasia
Era o sonho de uma nação!

domingo, 16 de março de 2014

Charges

Na internet estão disponíveis algumas charges em que Tiradentes é o personagem. Contudo, elas fazem referência aos problemas brasileiros atuais. Analise as charges a seguir e descubra que problemas são estes. 

Charge 1

Charge 2

Charge 3



































Outras imagens de Tiradentes

Outros artistas também retrataram Tiradentes. Compare as semelhanças e diferenças existentes entre as obras abaixo e aquelas apresentadas em "Mãos à obra".

O martírio de Tiradentes -  Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo

Despojos de Tiradentes - Cândido Portinari



Prisão de Tiradentes - Antônio Diogo da Silva Parreiras





Estátua da Praça Tiradentes em Ouro Preto - Virgílio Cestari 

Apresentação

Este blog possui o objetivo de tornar as aulas mais interessantes, bem como de incentivar a participação dos alunos por meio da interatividade. Constitui-se também num modo de divulgação da História. Seja bem vindo!

Mãos à obra


Tiradentes – uma outra versão

1) Leia atentamente:

Tiradentes era filho do português Domingos da Silva Santos que veio para a América Portuguesa à procura de ouro. Aqui chegando, seu pai conheceu a jovem Antônia da Encarnação Xavier, descendente de paulistas, e com ela se casou. Eles tiveram sete filhos, sendo Joaquim José o quarto a nascer. Tiradentes provavelmente nasceu em 1746, na fazenda do Pombal, de propriedade de sua família na Vila São João Del Rei. Essa fazenda tinha várias “datas” de mineração e uma sede com dois pavimentos. Nela trabalhavam cerca de 35 escravos, quantidade que não era pequena para a época. [FURTADO, João Pinto. O Manto de Penélope. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 22]

a) Baseando-se no trecho acima, é possível dizer que Tiradentes era pobre?
b) Alguns livros de História afirmam que Tiradentes morreu porque era o único participante do movimento que era pobre. De acordo com o texto acima, é possível fazer esta afirmação? Justifique.

2) Analise o texto abaixo:

Joaquim José da Silva Xavier ficou órfão por volta dos dez ou onze anos, passando a ser criado por familiares. Enquanto era feita a divisão da herança, Tiradentes, aprendeu com o tio conhecimentos práticos em “odontologia”. Quando adulto,Tiradentes trabalhou como tropeiro, o que lhe permitiu a aprender sobre a terra, sobre os caminhos de Minas. Joaquim José também foi militar, participou da cavalaria. Segundo o historiador João Pinto Furtado, “foram esses conhecimentos adquiridos quer como tropeiro, quer na carreira militar que permitiram que Tiradentes se tornasse o mais importante propagandista da revolta e, por isso, ele foi morto”. [FURTADO, João Pinto, Op. cit. p 23]

Qual foi, então, a causa da morte de Tiradentes?

3) Observe com atenção: 

É preciso lembrar que na última reunião dos revoltosos, ocorrida no dia 26 de dezembro de 1788, decidiu-se que o levante não questionaria a escravidão, posição defendida também pelo alferes Joaquim José. Antes de se envolver na rebelião, Tiradentes foi acusado de “abuso de autoridade” a mando de Luís da Cunha Menezes, então, governador de Minas. Quanto aos demais participantes do movimento, Alvarenga Peixoto, entre 1776 e 1780 foi ouvidor da Comarca do Rio das Mortes (São João Del Rei). Enquanto ocupou esse cargo, sofreu várias denúncias de abuso de autoridade e extorsão. Cláudio Manoel da Costa, que se dedicava no momento de sua prisão, ao trabalho em suas fazendas, à mineração e à intermediação financeira, influenciou vários governos. Sobre ele pesavam suspeitas de “enriquecimento ilícito” e participação em “redes de contrabando”. Padre Toledo, um dos mais atuantes na trama, possuía fazendas e lavras. Foi acusado de se utilizar do cargo religioso para aumentar seu patrimônio. O cônego Luís Vieira da Silva, além de cometer os mesmos erros que padre Toledo tinha suspeitas de envolvimento sexual com uma de suas fiéis e também da venda de cargos religiosos. FURTADO, João Pinto, Op. cit. p 23-24]

Os livros de História, freqüentemente, apresentam os participantes da Inconfidência como heróis. De acordo com as informações acima, eles eram realmente heróis? Justifique.

4) Leia o texto abaixo:

Mário Schmidt, autor de livros didáticos de História, afirma que: “Será que os eventos históricos podem ser explicados apenas pelas ações dos grandes homens?[ ...] São os heróis sozinhos que determinam as mudanças na História? Por maior que seja o talento de alguém, ele não poderá fazer muita coisa se a sociedade não lhe der oportunidades. Tudo o que acontece é resultado das idéias e das ações de todas as pessoas. Qualquer um de nós é muito importante para a existência da sociedade. [...] Quando acreditamos que as grandes mudanças na História só podem ser feitas pelos grandes heróis, pelos reis, pelos empresários, pelos grandes políticos e militares nos sentimos pequenos e incapazes.” Os iluministas tinham um grande sonho. Eles acreditavam que com o uso da razão, um dia todos os homens e mulheres aprenderiam a refletir criticamente. Então, todos os indivíduos pensariam por conta própria e não aceitariam se submeter a alguém. A humanidade entraria numa nova era de confiança, liberdade e felicidade. Será que o sonho iluminista pode ser realizado? [SCHMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005, p. 89]

a) Quais as críticas que Mário Schmidt faz às pessoas que acreditam em heróis?
b) Qual era o grande sonho iluminista?

5) Veja detalhadamente o texto e as imagens de Tiradentes retratadas por dois pintores diferentes.

“Do rosto de Tiradentes pouco se sabe. Sumiu com a cabeça [...]. Por isso, cada um tratou de pintar seu próprio Tiradentes, havendo quem o veja como imponente oficial e quem o apresente assemelhado a Jesus Cristo” [MICELI, P. 1988, p. 41, apud Domingues, Joelza Ester, 2009, p.77]

Tiradentes esquartejado - Pedro Américo
Alferes Joaquim José da Silva Xavier - José Watsh Rodrigues

A partir da informação do documento e das pinturas sobre Tiradentes responda:

a) Os dois pintores viveram na mesma época que Tiradentes?
b) Em que período da História do Brasil estes artistas pintaram seus quadros?
c) Como Tiradentes é apresentado na obra de Pedro Américo?
d) Por que motivo na obra de Pedro Américo há um crucifixo ao lado da cabeça de Tiradentes?
e) Essas pinturas correspondem às informações históricas sobre Tiradentes? Justifique.